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27/10/2023

Plantio com excesso de umidade, espelhamento e sementes expostas. O que fazer?

Plantio com excesso de umidade, espelhamento, sementes expostas; Como este e outros cenários podem influenciar no desempenho da semente no estabelecimento inicial das lavouras?

 A semeadura é uma etapa que necessita de muita atenção e cuidado para garantir uma lavoura produtiva.
 Ela é um processo fundamental no estabelecimento cultura da soja, por isso necessita de muita atenção e cuidado. É nesse momento que o potencial produtivo da sua lavoura começa a ser definido.
 Sendo que a umidade excessiva no solo pode causar, inúmeros danos, tais como: Diminuição na disponibilidade de oxigênio, prejudicando tanto as plantas quanto as bactérias endossimbióticas;  Aumento na incidência e dispersão de doenças; Lixiviação de nutrientes importantes; Acidificação e aumento na salinidade do solo;
 Os danos relativos à embebição podem ser atribuídos à ruptura das membranas celulares das sementes ocasionada pela intensa entrada de água nos primeiros momentos de embebição. Este dano ocorre devido à diferença de potencial hídrico entre a semente e o solo ou substrato onde ela se localiza.
 Esta ocorrência também está relacionada a condições de semeadura com excesso de umidade no solo ou plantio seguido de chuva num intervalo menor que 24 horas.
 Essa limitação vem desafiando os agricultores no momento do plantio, principalmente para lotes de sementes com umidade inferior a 12%. Os danos caracterizam-se pela ocorrência de radículas primárias anormais, entumecidas e pouco desenvolvidas.
 Além disso, destacamos a possibilidade de ocorrer diferenças entre lotes de cultivares distintas, porém com a mesma qualidade e porcentagem de umidade.
 O excesso de precipitação pode desencadear diversos problemas no cultivo de soja. 
 Um deles é a germinação das sementes, que pode ser afetada pela grande absorção de água, prejudicando a respiração adequada das sementes e comprometendo o desenvolvimento saudável das plântulas devido à falta de oxigênio.

 A compactação por sua vez, pode ocorrer tanto pela pressão dos pneus do maquinário agrícola sobre o solo, como também nos sulcos de semeadura, pela ação do facão de distribuição do adubo e/ou pelos discos de semeadura, promovendo o espelhamento das paredes do sulco e facilitando assim o acúmulo de água, o que favorece a ocorrência de doenças.
 Algumas doenças de solo favorecidas pela compactação são: podridão da raiz e da haste da soja causada por Phytophthora sojae, que causa o escurecimento ascendente, a partir da base da haste, subindo homogeneamente na planta até as ramificações da haste principal. 
 O tombamento de pré e pós emergência causado por Rhizoctonia solani, que causa o estrangulamento do colo da planta, com lesões circulares a elípticas marrom-avermelhadas, que se tornam alongadas e deprimidas. 
 E a podridão cinza da haste e da raiz causada por Macrophomina phaseolina. Esta doença é observada mais no final do ciclo, devido a antecipação da maturação (maturação forçada) nas reboleiras com a doença.
 Além dessas, solos mal conservados em geral predispõem as plantas a diversas outras doenças, como as doenças-de-final-de-ciclo, o mofo-branco, e as nematoses. O cuidado com a estrutura e conservação do solo pode fazer com que muitas doenças não ocorram ou não atinjam o limiar de dano. Essas informações reforçam que muito do êxito nas lavouras, está relacionado ao nosso cuidado com o solo. 

 No caso da semeadura, no que diz respeito a sementes expostas, podemos ressaltar que, quanto mais rasa a profundidade, maior a possibilidade de as sementes ficarem expostas aos estresses climáticos. Por outro lado, as semeaduras muito profundas também não são interessantes, pois, dificultam a emergência do grão. Para esse processo, é importante que o limitador de profundidade esteja devidamente regulado, pois assim, acompanha o relevo do solo e mantém a profundidade correta e uniforme.
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